sábado, 26 de novembro de 2016

5 meses

Filhota,  já passou mais um. Cinco no total. Tantos e só mesmo tempo poucos,  se pensar que parece que te conheço desde sempre. A nossa vida não é mais a mesma,  de ninguém. Mais uma filha, uma irmã,  uma neta... Muito trabalho e muitas alegrias. Ver-vos e ter-vos é o meu maior orgulho e alegria.
Como o tempo não perdoa e passa rápido,  vou tentar fazer um ponto da situação das tuas gracinhas aos cinco meses,  que tanto adoramos e temos aproveitado.

Já falas muito. Gritos e outras coisas. Gargalhadas, algumas. Nem sempre é fácil de arrancar embora sejas muito bem disposta e sorridente,  basta um contacto visual para sorrires até com os olhos. À tarde ficas aborrecida. Do queres colo e a passear pela casa. Depois esticas os braços para o girassol do Hall de entrada ou fã casa de banho. Adoras a cor,  mexer - lhe. Também reages muito aos brinquedos e quartos dos manos. Mas adoras os telemóveis.
De manhã dormes muito e de tarde muito pouco.  Já gostas da sopa e ficas ansiosa por comer. Ainda só provaste maçã,  pera e banana e a tua favorita é a última. Mas andas atrapalhada para fazer coco e, por isso, evitamos.
Já pegas nos bonecos,  adoras a titua da mana,  andas aos saltinhos para trás,  rois as mãos,  pegas às vezes nos pés. Ris-te toda quando te mudamos a fralda e acho que gostas mais de estar despida do que vestida. Ficas surpreendida com algumas coisas como os espirros,  as coisas que sem querer fazes bater em ti,  o vento ou os sopros para a tua cara,  a minha língua de fora. São expressões impagáveis.
No carro,  quase sempre adormeces mas,  como dormes muito durante a noite,  às vezes vais acordada a olhar pela janela e,  quase sempre,  caladinha.

Agora já tens quase cinco meses e meio mas desde os cinco (ou antes) que o papá te ensinou a dar os bracinhos  para vires a nós. E é tão bom ter as tuas mãos estendidas para nós!  Também começaste a procurar outro tipo de toque,  olhas para nós e tocas com as mãos na nossa cara,  ficas com os teus olhos lindos e expressão calma a olhar para nós. E nós adoramos contemplar-te,  às vezes ficamos olhos nos olhos por segundos que parecem eternidades,  que me sossegam e me trazem uma das melhores sensações do mundo - a que se chama amor incondicional.

Continuas a ser calma,  ao longo do dia começas a ficar mais irrequieta mas se estiveres no nosso colo e a passear pela casa,  de preferência,  está tudo bem. E quando os manos chegam da escola,  não são só eles que te procuram mas és tu que,  assim que os vês e mesmo que eles não estejam a olhar para ti,  ficas "eléctrica"  a olhar para eles à espera de um contacto,  sorris com os olhos e tremes com os pés e com as mãos...  É maravilhoso ver que já tão pequenina te sentes ligada à eles!

Hoje,  2 de Dezembro a mama voltou ao trabalho mais "a sério",  com horários mais apertados. Ficas com o papá que adora fazer macaquices. E tu adoras ficar com ele. Mas estou a contar os minutos para voltar e te apertar nos meus braços.

Beijinhos,  meu amor

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Amanhã

Afinal não é amanhã,  já é hoje... Os preparativos fizeram-me deitar a esta hora...

Começa um novo ciclo,  a mama vai voltar a trabalhar e o papá fica contigo. Vai ser giro,  com um papá destes... Também eu queria.  Ontem experimentaste a sopa: andas ansiosa por comida no geral e leite em particular.  Correu bem,  gostaste das primeiras 10 colheres,  apesar de metade ser desperdício.  E depois começaste a virar a cara... E a mamica está agora muito dorida, a mamã tem tirado leitinho e vou deixar leitinho para algum do tempo da minha ausência. Vamos ver,  depois conto.

Mas vai custar não te tirar da cama ainda ensonada para mamar. Ou ver-te vibrar e gritar com os bonecos da TV. E olhar para ti enquanto brincas com os bonecos do carrinho ou da cadeira da papa,  passear pela casa e ver-te a observar tudo,  a vibrar com o quarto dos manos e com o girassol da casa de  banho ou com o espelho. Vou sentir saudades dessas bochechas agora mais gordinhas e dessas pernocas irrequietas, das pestanas lindas e grandes,  dos sorrisos doces com os olhos, de te ver aflita quando te sopro para a cara... É até do teu resmunganco quando alguma coisa não está como queres. Da maneira como pões as mãozinhas quando mamas ou como assim que chegamos perto de ti num ápice nos consegues agarrar as mãos para nos prender,  como gostas do contacto humano e de nos ter junto de ti.
Mas logo,  logo já vou voltar e vou-me vingar ... E vou tranquila porque ficas bem entregue (depois vemos que fatiotas o papá te arranja,  mas isso já é outro assunto). No meio de tudo o que é a vida,  isto é apenas um marco,  mais físico talvez,  mas custa,  custa sempre. Por mim,  ficava a vida toda sempre do vosso lado,  mas não pode ser... E eu vou passar com distinção nesta prova. Por ti e por nós.

Beijinhos, meu amor pequenino,  meu tesouro